terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Cinema Mudo



Domingo, saí do cinema... como posso explicar? Deliciada? Sim, deliciada. Fui assistir “The Artist” e encantei-me com a possibilidade de um filme mudo transportar emoções tão fortes e ao mesmo tempo, tão simples. Tinha de tudo lá: graça, vaidade, presunção; lealdade, gratidão, amor; arrogância, inveja, orgulho; apogeu, decadência, desespero, redenção... tudo enquadrado pelo luxo e extravagância dos anos 1920, fazendo-me lembrar que - em meio às tramas mal feitas e apressadas que semanalmente invadem os nossos cinemas, cheias de bombas explodindo bem em baixo da nossa poltrona - reclinável, claro -, tamanha a eficácia e potência do sistema de som, e de lutas e assassinatos em slow motion - só gostamos de cinema porque cinema emociona. E ponto final. Para isso, é preciso apenas uma boa estória, uma que traga um pouquinho de todos nós para a grandeza da tela. E uma trilha sonora arrebatadora. O resto é vídeo game.

Pelo jeito, não fui a única a me deliciar: desde que assisti “E.T.” pela primeira das oito vezes, no longínquo ano de 1982, não ouvia aplausos a um filme. Mereceu as palmas, as minhas lagriminhas apressadamente secas - para não dar pinta de chorona - e, certamente, merecerá muitos Oscars.

Para ser ainda mais que perfeito, como o pretérito!, acrescentou ao meu domingo uma certo perfume 1920 que sentira por aí, mas sobre este cheirinho eu falo depois...

Foto divulgação: La Petite Reine, ARP Sélection and Warner Bros. Pictures.

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