Hoje ja fui mãe dos meus pais quando queria ser filha, virei adolescente e desvirei, dormi criança, fiz birra, acordei madura, duvidei. Na hora do almoço cheguei a ensaiar um papel de filha e pedi ajuda. Questionei. Fui mulher e percebi a elasticidade de ser.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Vontade de 1920!
E para não dizer que não falei de flores, ah... os vestidos!: o jeitinho melindrosa de ser; a liberdade de não usar mais os corpetes do início do século; as pernas que se deixavam à mostra, transformando tornozelos em objetos de desejo; o tom claro das meias antecipando vontades de pele de fora; a soltura dos vestidos que mesmo larguinhos, delineavam um corpo ávido por se exercer livremente; as franjas que dançavam conforme as notas dos saxofones; o luxo dos acabamentos para fazer bonito nas festas; delicadeza, feminilidade, leveza, sedução! Sem falar em Coco Chanel inventando o que usamos hoje, simplificando a complicação de outrora, vestindo e preparando, com adequação e estilo, essa mesma mulher, para que ela pudesse realizar as suas vontades e tomar as rédeas do seu destino.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Carcaça
Mãos minhas
Estranhas e graciosas.
As mãos, minhas, são, cada vez mais, como as suas, mãe.
Nossas.
Que me acalentaram, vestiram, ralharam, banharam.
Mãos da minha mãe.
Lindamente tortas.
Docemente queridas.
Minhas, agora.
Lembranças suspensas em mim.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Cinema Mudo
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Picolé de Mão
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
O Esqui
Esquiar já é um verbo estranho de se falar em português: eu esquio, tu esquias?! O tal do esqui vem da palavra ski, em inglês, veja só que diferença: S-K-I, começa com um S puxado, dá todo charme. Este soa lindo, autêntico e aventureiro. Para mim esquiar não combina nem com a língua portuguesa e nem com a mulher brasileira.
Encontro-me aqui num país que não é o meu, louca par fazer amigos, e, quem um dia já mudou de rua, bairro, cidade ou país vai entender o que é tentar se enturmar. Foi então, nessa missão de fazer parte da sociedade local que esbarrei no pequeno problema do ski. Isso porque, de repente, na minha visão reta, perpendicular e colateral todo mundo esquia. No hemisfério, é Dupete e não quadrúpete está esquiando, equiou, esquiará.
Quando chegou o inverno por aqui o “meu conversê” se limitou, não esperei dois convites, quem acha que a fase da auto-afirmação se restringe a adolescência está muito enganado doidinha para ser parte da turma numa idade já, supostamente, auto-afirmada, me mandei para Vermont com a galera.
Abri a porta do carro e experimentei os -15C, que achei suportável por exatos 1 minuto e meio. Corri para dentro do chalé, abri a mala e fui colocar minhas coisas em ordem, coloquei as calças jeans no cabide, separei as saias das blusas e as guardei em gavetas separadas. Claro que eu tinha uma saia e blusa para cada noite. Iria de couro se fossemos para a balada e de renda se fossemos apenas jantar um fondue que tanto esperava.
Dormi com meu moleton, acordei embrulhada no edredom que nem um “burrito”. Descemos para o café da manhã e reparei que todos usavam as roupas “fofudas” e coloridas, e eu, de jeans. Uma falha irreparável para quem quer se enturmar. A gargalhada se alastrou. O moço, gringo, lindo, meu príncipe, que também não se agüentou de rir, me pegou na mão, me cobriu com todas as suas roupas extras me levou as compras. Foi quando meu horizonte se abriu, é um tal de meia especial, camiseta especial por baixo da blusa especial, para depois colocar o casacão colorido com a calça colorida, e para as mãos: dia 1 luva térmica embaixo da luva de esqui; no dia 2: uma tal de “mitten”. Na hora do xixi, era como descascar cebola, camada por camada. Quando dei mais uma olhada geral na loja vi um objeto estranho e engraçado: o “TailSaver”. Era o que eu precisava! Agora vou explicar como funciona o tail safer: é uma prancha de borracha, com um buraco no formato do final da coluna, entenda-se cocxis. Com turma ou sem turma, medo mesmo ninguém esconde, mas consegui esconder o objeto no sob as roupas puffys, ainda que fosse tamanho G, porque o P tinha acabado, como disse, o medo é só meu e a dor também.
Pior para mim foram os pés, foi quando não neguei a raça brasileiríssima. Como colocar aquela geringonça da bota de esqui? E a minha briga para esticar o joelho com a tal da bota foi cansativa e a bota ganhou, claro. Foi um tal de tira e põe a bota até “marreca” aqui acostumar. Agora sim, prontinha.
Enfrento o “lift” para a primeira descida, a concentração era tanta que nenhuma palavra saía da minha boca, nem um gemidinho de frio, paralisada de concentração, são 3 minutos infindáveis na esteira que leva na descida das crianças. Pronta, cheguei no topo (um topinho), já comecei a gelar de dentro pra fora, queria mais era que tirassem uma foto minha lá, na neve, de esquis, para ter a prova de qualquer estória que eu fosse inventar depois. E minhas pernas começam a tremer, mas o joelho não estica, mas tremo mesmo assim. “E agora José?” O pensamento é único: vou cair. Pensei no“ tail safer” e fui confiante, desci a primeira rampa de crianças sem snow patrol, sem tremedeira mas ainda um pouco muda.
Agora, quem me dera que a galera aqui, inclusive o meu moço parceiro fosse fanático por futebol, ficasse assistindo o jogo pela TV e não me aporrinhasse com o tal do ssssskiiiiii. Senão das próximas vou ter que achar um “body safer” do dedão a cabeça, porque é tanto medo que nem sei se vale a pena, mas isso só confesso aqui no blog, na vida real eu falo EU AMEI ESQUIAR! E estou me enturmando.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Supermercado de Conto de Fadas
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Navegadores
Subi na cadeira próxima à janela, levantei os pezinhos, admirei esse não ter mais fim. Da Saudade. Do tempo. Do amanhecer em lilás. E não é que o céu acaba em uma curva? A Saudade. O tempo. O silêncio. O lilás. O redondo da Terra. A abóbada do céu. O que há por trás da curva? A praia, os avós, o colégio. E o que mais? Se você for lá olhar, precisarei segui-la por toda a vida. Sorri para ela. Consenti. Segura a minha mão? Preciso descer. Pedi. Pois não. Disse Saudade, estendendo-me a mão. E desde o caminho de volta ao meu quarto, Saudade e eu, nunca mais nos afastamos.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Pasaporteras del mundo!
As fotos ganhadoras e todas as outras demais enviadas foram lindamente publicadas no site da loja, copiado lá em cima!
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Pro samba que você me convidou, com que roupa, eu vou!?!?!?
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Eu ou Quem?
Hoje eu acordei esquisita, talvez porque ontem fui dormir esquisita. O sonho era esquisito. O que é esquisita? Se eu soubesse usaria qualquer outra palavra ao invés de esquisita. Eu tento definir, mas só sei achar que sou esquisita, é uma sensação assim: como se estivesse fora de mim e de repente não fosse mim mesma, fosse outra “mim”. Quantas “mim” eu devo ter? Talvez eu não tenha contado quantas por ser tarefa difícil, ou talvez não tenha contado por medo.
Eu tenho uma “mim” que adoro, a que me alegra, sorri por dentro, me eleva, eu sei quando ela se apresenta. Quando estou com esta “mim” ou este “eu” por dentro e por fora, fico apta a tudo, de visitas ao pet shop a “shots de tequila”. Por fora este mim está sempre ali, para o porteiro, zelador e as pessoas da sala de jantar. (Marisa Monte)
O “eu” esquisito, ou um deles, quer chorar, descabelar, ou perguntar para Deus, Universo, Estrela ou você aí: por quê e mais por quês. O mais esquisito é que numa audácia, este mesmo “eu”, tenta responder e divaga sobre questionamentos infindáveis e se abstrai do trânsito; da conversa da festa; da aula de step; esquece de trancar a porta ou deixa o cachorro pora fora pois meu “eu” está quase chegando a conclusões e não pode se distrair com as tarefas básicas. Este “eu” encontra um certo aconchego numa taça de vinho e ouve a mestres como Toquinho e Vinícius que lhe respondem: A vida é uma grande ilusão mal nasce começa morre Sim! É isto que quero saber! E quero saber mais, porque eu sou eu e não você? Nesses dias, deste “eu” é como se “eu” vivesse no mundo da terra, que atrapalha suas andanças no mundo da lua onde tudo é mais profundo e atormentador e real para este. A terra se transforma num grande palco para atuar e realizar tarefas assim: iguais.
O outro “eu” é o mais comum, racional, presente, mas o igualmente distraído, porque está fazendo a lista do supermercado na reunião com o chefe e pensando na reunião quando está pagando no caixa registradora. Esta sou eu, meus “eus” amado(s), tanto desligado(s), mas nada despreocupado(s). Aliás, despreocupada é que não sou, em nenhum dos meus “eus”, porque a preocupação é como uma respiração para vários dos meus “eus”. Uma necessidade absurda, a que se não existir eu invento, ou o outro “eu” inventa, assim como invento os questionamentos, ou então descubro que nem os invento são parte de mim, da raça humana de dos soberanos pois concordo: Uma vida não questionada não merece ser vivida. (PLATÃO) E quem sou “eu” ou o outro “eu” para dizer o contrário.