quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tendências...

 
Preciso desabafar a minha repugnância fashion pela tal da “tendência”, ou ao menos por certas “tendências” e o modo pelo qual elas são vendidas e divulgadas por aí.
Não é o caso de discorrer profundamente sobre o que vem a ser “tendência”, quem cria “tendência” e por qual motivo seguimos a tal da “tendência”, mas “tendência”, em moda, deveria ser encarada unicamente como “um toque”, “uma idéia”, “uma dica”, “um perfume”, “uma atualização” e não como uma obrigação atrás da qual as loucas de plantão correm pelo receio de serem classificadas na coluna das “fora de moda” (aliás, existe ainda essa estória de “fora de moda”?), e qualquer loja de high street fashion da esquina (zaras, H&MS...) vende de baciada.
Numa época em que imperam todos os estilos e principalmente o seu, ainda existe ditar “tendência”? Acho cafona, datado e, irritantemente, massificado.
O melhor exemplo são os dois milhões e meio de blogs de street style ou de “moda”, que divulgam dia sim e dia também, fotos de moçoilas pelo mundo a fora, celebridades ou mortais, vestindo “tendências”, as mais estapafúrdias possíveis, combinadas de um jeito que ninguém consciente de si e do espaço que ocupa nesse mundo, jamais, gostaria de combinar em toda a vida, e vendendo a imagem de uma contemporaneidade feia, comum e sem pé nem cabeça.
Existe sim, muita coisa boa, muita mistureba bonita, que enche os olhos, diverte e ainda deixa a cidadã tilintando de lindeza. Afinal, moda serve mesmo é para isso. Mas, no meio de todo esse furdunço, é difícil separar o joio do trigo...
A saia longa e plissada
A saia longa e plissada passou do verão ao inverno e do inverno ao verão, dependendo do seu hemisfério, e segue sendo usada de um jeito muito esquisito em ambos os lados do planeta.
Dizem que ela confere “feminilidade” ao “look” (acho tão irritante essa estória de “look”...) e que é uma peça muito “versátil”, podendo ser usada por todo mundo, das mais variadas maneiras. Discordo de tudo.
É claro que qualquer coisa pode ser usada por qualquer uma (!!!), mas não dá para negar que, apesar do “longo” inserido ao nome, a tal da saia "longa" só alonga mesmo as que já nasceram alongadas, cortando a silhueta de quem não é tão alta assim e, necessariamente, achatando-a. Ou seja, se você não se incomoda de aparentar um pouco menor do que é, vá em frente! Mas essa é a verdade.
Fora que o tal do “plissê” da saia é uma das melhores maneiras de alargar o tal do quadril que, comumente, costuma ser  volumoso e que ninguém faz lá tanta questão de ressaltar.
Ou seja, pode ser “feminina” por ser saia, mas não confere nem graça, nem delicadeza, nem mimo a quase ninguém que a usa.
Fora que a acho triste. Uma coisa meio 1910, meio primeiras operárias femininas das fábricas, sofridas e cansadas. Saia plissada, no geral e do jeito que vem sendo usada, ou deixa a pessoa com cara de pobre coitada (especialmente quando combinadas com botinhas sem salto, cardigans e cintinhos) ou com pinta de pomba-gira desorientada (nas versões mais coloridas, tropicalientes e de saltão).



Mary Poppins tinha mais estilo e um guarda-chuva voador!
A calça azul bic
Essa me irrita muitíssimo. Qual a chance de, em 2 anos (não vai muito longe), você olhar para as suas fotos vestindo uma azul bic e se perguntar, “Dio mio, como pude, como fui capaz!?”. É arrependimento certo! E o melhor é que usam como se não fosse nada, como se o bic do azul não gritasse ao mundo que ele não combina com mais nada além de papel em branco. Na versão skinny,  com botinhas e acessórios pretos, eu diria que é altamente abominável.



De capinha vermelha a gente também voa!
O navy
O navy de repente virou tendência sem nunca ter saído “de moda”. O estilo é clássico, lindo, impecável e não enfeia ninguém, ao contrário. Foi criado por Chanel no começo do século passado (e como tudo o que ela criou, para dar um basta na estética dos anos 1910 e, em conseqüência, nas saias longas e plissadas...) e hoje é vendido de baciada, em qualquer quitanda. Nada contra a propagação e popularização de estilos, afinal, quanto mais informação de moda as pessoas tiverem, mais o mundo ficará bonito! O problema é a banalização: todo o mundo usa, todo o mundo tem uma camiseta branca de listras azul-marinho e, sempre que possível, a camiseta é usada com uma calça azul bic, ou com uma saia longa laranja (agora, a minha cor favorita desde sempre e para sempre, que sempre usei com parcimônia, amor e moderação, caiu na boa do povo), sempre com um detalhinho de onça para dar o “diferencial” da igualdade: quero dizer, essas pessoas não percebem que, não, elas não estão sendo criativas e que, sim, todas elas estão se vestindo absolutamente iguais!? Mademoiselle deve revirar-se no túmulo.





"Oh mon dieu!"









2 comentários:

  1. LOL Sabe que andei pensando também, que sempre reclamei que em NY quando vc quer comprar uma blusinha diferente e divertida, não acha, sempre ou é branca e preta ou é branca ou preta, tem umas cinzas e beges perdidas por aí. Como nasci abaixo do equador, País tropical, sou doidinha por cores. Quando descubro as estampas lindas com cores e cores que realmente ornam numa peça em de vitrine, fico namorando-as, mas são sempre as peças de designer, as quais estão fora do buget. Agora, este verão tudo é coloridíssimo nas lojas comuns, mas é um colorido cafonérrimo, inusável, mas a galera da cidade cosmopolitas sisma em usar. Saio de dia ou de noite e sempre tem 50% das mulheres no local com uma encharpe laranja, calça vermelha, vestido laranja, blusa amarela, saia laranja, que choca um bucadinho! Confesso, que qualquer vontade de comprar roupa colorida se esvai porque as mulheres se renderem de forma uniformizada. Recebo elogios de roupas que uso, compradas no Brasil, que ainda tem estampas diferenciadas e tropicais, com mais gosto para misturas.
    Adoro minhas saias compridas, não pliçadas, mas longas, com charme, a minha é rosa pink (minha cor preferida rsrsrs) que só uso com blusinha branca e sandália, socorro trocar o bom senso pelo modismo que te faz feia e ridicula for ever, porque o ridículo é atemporal.
    PS: Perdoa minha saia longa amiga Krix :_)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A minha irmã acabou de me mandar um email muito engraçado, dizendo que tinha saia longa e calça bic. Chorei de rir!
      A calça bic eu detesto, mas a saia depende de quem usa e como usa, né mesmo!? E saia longa, no geral, é sempre linda! O que me cansa é ver coisa feia sendo repetida incansavelmente por modismo de péssimo gosto. Aqui também é uma febre de coress e estampas capengas misturadas das maneiras mais loucas! Quer saber, acho que eaaa praga pegou em todo lugar... O chato é que vc até desanima de usar o que tem de colorido... Por exemplo, adoro amarelo, mas não é um cor fácil de usar nem também era fácil encontrar pecinhas nessa cor até um dia desses, antes do boom do amarelo explodir em todo lugar... Tenho um blazer lindo e divertido em amarelo, bem verão e curtinho, mas tô sem estímulo para usá-lo tamanho o desgaste do amarelo... Essa onda navy é outra praga! Agora mesmo no supermervado tinha umas 3 com a tal da camiseta...Sempre tive uma coisinha aqui, outra alí, mas acho que encalharão no inverno junto com o blazer amarelo, até esquecerem deles e saturarem outras coisad

      Excluir