quarta-feira, 18 de abril de 2012

psico criatividade

A psicologia ensina, a neurosciencia pesquisa, mas raiva só sentindo mesmo. O dicionário define: “ 1 Doença infecciosa, especialmente dos cães, podendo transmitir-se por mordedura a outros animais e ao homem; hidrofobia. 2 Prurido que as crianças sentem nas gengivas no período da dentição. 3 Violento acesso de ira, com fúria e desespero. 4 Ânsia veemente; desejo irresistível. 5 Grande apetite. 6 Paixão ardente. 7 Aversão, ódio. 8 pop Biscoito feito de farinha, ovos, manteiga e açúcar.”

A minha, certamente não é doença, não peguei de cão, tão pouco se enquadra na categoria de biscoito. É um violento acesso de ira mesmo. A raiva surge quando você deseja algo e se vê impedido de obtê-lo, ela também aparece quando você se sente ofendido, ou machucado. Eu, na verdade, pouco me preocupo em definir a raiva, quando estou enraivecida só quero saber mesmo de expulsá-la do meu corpo, não porque sou uma pessoa nobre, mas sim porque me encontro em estado de vapor incômodo, pressionado ensaiando explodir. Eu atropelo pego e rasgo. São pipocas estourando e querendo sair. Respirar fundo, respirar pelo diafragma, imaginar cachoeira e bla bla bla, é receita de revista que só adiciona pimentana na "dita cuja". A respiração é curta e intensa, os olhos ficam exaltados, pulando da cavidade a que pertencem, a boca treme, o corpo não se sossega, e pouco se sossega a mente. A vontade é de socar a parede, quebrar objetos, jogar copos no chão, eu invejo o elenco das novelas que o fazem a tordo e a direita. Da uma vontade. Ensaio um quebra-quebra, mas sei que sou eu mesma que vou ter que catar cada um dos pedacinhos de vidro ou cerâmica na sala forrada de carpete beije, o que só vai me trazer mais fúria. O racional se impõe e com ele a dita ira.

A origem da minha raiva eu sabia, é uma dor persistente na bunda que me atormenta desde uma queda na banheira, longa estória. (fica pra próxima).

Há um tempo encontrei 500 prós de morar com um homem, trocar lâmpadas, pregar quadros, levar o lixo para fora, entre outras muita melhores, naquele dia enraivecido descobri o 500 + 1: os “brinquedos de meninos”, achei ainda na caixa uma espingarda de brinquedo que ele ganhou do irmão. Ah! Foi como inserir brigadeiro numa dieta. Meus olhos brilharam, esbocei um sorriso raivoso, salivei e fui mal intencionada em direção a arma de plástico. Coloquei prazerosamente as bolinhas de borracha na mesma, com certa cautela e ânsia. Agora tinha que pensar no target, o moço pensou por mim e me trouxe fotos e imagens engraçadas de bundas impressas da internet, bundas com óculos, com caras e bocas, com chapéu. Uma por uma preguei na porta do quarto com um prazer inestimável e assim foi. Com o alvo na distância correta, deitei no chão como uma lagartixa e esfregando o barrigão no chão e indo da esquerda pra direita e vice e versa a fim de ir para frente ou para trás como uma minhoca, mirava, apontava eu atirava e atirava e a raiva saia na forma de risadas espontâneas e deliciosas.

Um comentário:

  1. Imagina a cachoeira com passarinhos fazendo "piu piu piu" que vc será capaz de estrangular o primeiro penudo que voar sob o seu espaço aéreo, rs...
    Eu sei que não tem graça, mas essa estória é muito engraçada, sorry!
    Fora o que esse moço é fofo: emprestar a espingarda e imprir fotos de bunda para que sirvam como alvo é sensacional!

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